Terça,
25 de dezembro de 2001, 12h06
Nos
últimos meses, houve várias notícias sobre o fim
de Friends, o seriado de TV que é hit de público
tanto nos Estados Unidos, onde é exibido pela
emissora NBC, quanto no Brasil, onde consegue ótimos
índices de audiência para o canal por assinatura
Sony. Vários integrantes do elenco, como David
Schwimmer e Jennifer Aniston, disseram que esta é a
última temporada do show, mas a consagração do
programa (a comédia de maior sucesso na TV
americana atualmente) pode fazer com que todo mundo
mude de idéia.
A
temporada atual, a oitava do show, termina em maio.
Alguns meses antes tem de ser tomada a decisão
sobre a volta ou não do programa, porque novos episódios
têm de ser gravados para estrear em setembro. Cada
um dos seis atores principais do programa ganha US$
750 mil por episódio, um dos maiores salários da
TV americana para uma atração que não é liderada
por apenas um astro ou estrela. É o pagamento que
vai ser o problema-chave nas negociações, apesar
de ambas as partes negarem que o dinheiro tem papel
importante.
O
elenco – que inclui também Courteney Cox-Arquette,
Lisa Kudrow, Matt LeBlanc e Matthew Perry – já
mostrou anteriormente o poder de negociação em
conjunto, um por todos e todos por um. Antes dos US$
750 mil, cada um ganhava US$ 125 mil por episódio.
Ainda que desta vez vários deles tenham dito que
estão interessados em investir em suas carreiras no
cinema, são poucos os que realmente têm chances de
fazer tanto sucesso na telona.
Apenas
Aniston e Kudrow têm feito papéis relevantes. A
sra. Brad Pitt esteve nas telas este ano em Rock
Star, ao lado de Mark Wahlberg. Críticas
negativas fizeram com que o filme tivesse uma
performance medíocre nas bilheterias. Para o futuro
próximo, sua carreira cinematográfica não tem
nada em vista, mas há rumores de que ela roda
atualmente uma participação no novo filme do
marido de Madonna, Guy Ritchie, Love, Sex, Drugs
& Money.
Kudrow
ganhou respeito da crítica em O Oposto do Sexo
(1998) e fez sucesso com o público em Máfia no
Divã (1999), mas pisou na bola em seus dois
projetos seguintes, as comédias Linhas Cruzadas
e Bilhete Premiado, ambas do ano passado, que
foram fracassos retumbantes nas bilheterias dos
Estados Unidos. Seu próximo projeto de peso é a
seqüência Analyze That, que deve chegar às
telas em 2002.
Em
melhor situação está um dos piores atores do
elenco, Schwimmer, que participou de um dos melhores
programas recentes da TV americana, a minissérie Band
of Brothers, do canal por assinatura HBO. Ele
era o nome mais conhecido do projeto, mas teve uma
das piores atuações de um elenco que foi
considerado ótimo pela crítica. Seu próximo filme
é Hotel, do diretor experimental Mike Figgis,
que deve ganhar atenção apenas no circuito
independente. Sua sorte pode estar atrás das câmeras:
ele tem dirigido vários episódios de Friends
e já mostrou interesse em rodar outros projetos.
O
currículo dos outros é muito ruim. Depois do provável
fim da série Pânico com um terceiro filme
medíocre, Courtney Cox-Arquette tem sido notícia
apenas por conta de seu casamento estremecido com o
ator David Arquette. LeBlanc fez uma ponta no hit As
Panteras (em um papel quase igual ao Joey
Tribbiani de Friends), mas sua carreira não
é a mesma desde o fiasco de Perdidos no Espaço
(1998). Perry até fez um relativo sucesso em Meu
Vizinho Mafioso (mais uma vez, em um personagem
parecido com Chandler Bing), mas seus problemas
mesmo são na vida pessoal: álcool, drogas,
temporadas em clínicas de desintoxicação e os
altos e baixos de sua silhueta, que vai da muito
magra à muito gorda.
Juntos,
eles podem pedir o que quiserem para a NBC, mas a
emissora já avisou que a renovação de Friends
é uma “decisão” e não uma “negociação”.
Ou seja, não vai haver aumento de salário, de
acordo com o presidente da emissora, Jeff Zucker.
Segundo o executivo, eles sabem quanto dinheiro
podem fazer no programa. “É muito dinheiro e a única
decisão que eles devem tomar é se querem ou não
ganhá-lo.”
Nas
entrelinhas, o que o presidente da NBC disse é que
um salário alto garantido é melhor do que uma
carreira medíocre de artista de cinema, mas isto não
passa, por enquanto, de uma guerra de nervos entre
ambas as partes. Uma negociação é quase certa e
um comprometimento pode ser melhor para todo mundo.
Há rumores de que a NBC pode topar uma temporada
menor, com metade dos cerca de 22 episódios anuais,
para que o elenco tenha tempo livre para rodar seus
filmes.
Para
o público, a volta de Friends é um “must”.
A comédia tem batido toda semana o programa de
“reality TV” de maior hype, Survivor, da
CBS (a versão de No Limite, da Rede Globo).
E não é apenas a audiência que conta: os roteiros
estão cada vez melhores, assim como o entrosamento
do elenco. Também são cada vez mais freqüentes
participações especiais de peso, como a de Pitt no
episódio que foi ao ar no Dia de Ação de Graças.
Na
atual temporada, a personagem Rachel Green (Aniston)
é o centro das atenções, por conta de sua
gravidez. O pai do bebê é o ex-namorado Ross
Gellar (Schwimmer). Em segundo plano, está o
casamento de Monica Gellar (Cox-Arquette) e Chandler,
que foi realizado no último episódio da temporada
passada e no início da atual. Joey continua hilário
com seu trabalho de ator na novela Days of our
Lives (da própria NBC), na qual faz o papel de
um homem que teve transplantado para ele o cérebro
de uma mulher. Phoebe Buffay (Kudrow) ainda é a
mais otimista e desligada do grupo, com sua
“carreira” de cantora folk desafinada e
massagista.
Segundo
o produtor David Crane, a gravidez da personagem
“muda tudo” no seriado. “Ainda que seja uma
coisa que acontece com ela, a gravidez afeta todos
eles e este é o motor desta temporada.” Para ele,
o programa está muito “energizado” e ainda tem
muito tempo pela frente, “com a nona temporada em
diante”. “O importante é que gente não acha
que está contando sempre as mesmas piadas.”
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